O Flamengo não joga na Bolívia desde 2014, e seu retorno cinco anos depois para estrear na Libertadores tem mexido com o emocional dos rubro-negros do país. Em Santa Cruz de la Sierra, cidade reduto de milhares de brasileiros por causa de suas universidades de medicina, os torcedores acompanharam o time durante toda a estadia: desde a chegada ao aeroporto na noite de sábado aos plantões na porta do hotel e presença no treino aberto da última segunda-feira.
Mas tem quem não se contente só com (tudo) isso. Antes de acompanhar o treino, cinco torcedores compraram passagem para Oruro. São eles: Marlonn Souza, de 29 anos, natural de Epitaciolândia (AC); William Maffi, de 21, de Rio Branco (AC); Daciel Júnior, de 20, é de Cacoal (RO); Samia da Silva, de 21 anos, de Benjamin Constant (AM); e Israel Filho, de 24, natural de Assú (RN).
Eles saíram praticamente direto do Estádio Ramon Tahuichi Aguilera para a rodoviária de Santa Cruz de la Sierra. Lá, pegaram um ônibus que partiu às 20h do horário local (21h de Brasília), após 30 minutos de atraso, e encaram 15 horas de viagem morro acima, rumo aos 3.700 metros de altitude, virando a madrugada na estrada.
– Nunca tinha viajado mais de duas horas, só o Flamengo para fazer eu passar mais de 30 horas em ônibus – brincou William, único do quinteto que não mora na Bolívia e está preocupado com a altitude:
– Fiquei meia hora lá em La Paz (3.600m acima do nível do mar) no domingo, enquanto trocava de avião. E já foi difícil para comer, falta muito o ar.
O grupo chegará em Oruro no fim da manhã, algumas horas antes da partida, e a primeira missão será comprar ingressos. A torcida visitante tem carga de 3.800 bilhetes a preço de 150 pesos bolivianos, equivalente a mais ou menos R$ 80 reais. Após irem na fé e na coragem, os torcedores voltarão a Santa Cruz de la Sierra se tiver horário de ônibus, senão terão que dormir na altitude. San José e Flamengo se enfrentam às 18h15 local (19h15 de Brasília), no Estádio Jesús Bermudez.
Globo Esporte