Se o Botafogo foi o primeiro teste da versão 2019, o Flamengo passou raspando na média. Valeu pela vitória por de 2 a 1 de virada, no Nilton Santos, e pela grandiosa estreia de Bruno Henrique. Há o que comemorar, mas também muito a melhorar. O time apresentou pontos positivos, mas também vícios recorrentes nos últimos anos.
A temporada está só no início, e Abel Braga não tem varinha mágica. Mas o Flamengo, em todo o primeiro tempo, teve um jeitão de 2018. Iniciativa de jogo, muita posse de bola, cruzamentos em excesso e dificuldade em furar retrancas e marcar gols. Ainda falta verticalidade, o Flamengo tem lampejos, mas ainda não é uma equipe aguda.
Bruno Henrique chega chegando
Qual seria a solução? Sem dúvida, tempo para trabalhar e mudar antigos vícios. A entrada de Bruno Henrique no início do segundo tempo, no entanto, mudou a cara do jogo, deu novas perspectivas ao time e opções a Abel. O ex-santista se mostrou um atacante agudo, de velocidade, mas também com faro de gols.
Características diferentes das de Vitinho, concorrente direto por uma vaga no lado esquerdo do ataque. O camisa 11 é bom finalizador, vai bem no um contra um, mas costuma centralizar mais o jogo. Ganha o Flamengo com as duas opções.
- Eu compactuo com a forma de o Flamengo jogar, mas quero um pouco mais de verticalidade. E isso aconteceu no momento que o Bruno Henrique entrou – analisou Abel Braga.
Falta de atenção e poder de reação
Abel Braga citou um dado curioso. Em três jogos no Campeonato Carioca, o Flamengo saiu atrás em todos. Conseguiu virar dois. Há duas formas de analisar. Nos três jogos o time sofreu gols no início, quando era melhor em campo. O diagnóstico, do próprio treinador, é está faltando um pouco de concentração e atenção.
Por outro lado, o Flamengo mostrou poder de reação. Algo incomum em 2018. Na temporada passada, o time virou apenas uma das 67 partidas que disputou no ano.
- Só espero que em todo jogo a gente não tenha que correr atrás de resultado. Falei isso para os jogadores. Mas saímos atrás em três jogos e não perdemos. Alguma coisa de diferente está acontecendo com esse Flamengo – frisou Abel.
Cadê o Arrascaeta?
No fim, com a vitória encaminhada, Abel Braga decidiu não correr riscos. Ensaiou trocar Diego por Arrascaeta, mas optou por Piris da Motta no lugar do camisa 10. A justificativa foi o fato de Zé Ricardo ter avançado o Botafogo, com a entrada de Pimpão na vaga de Jean.
Fez uma opção conservadora, terminou o jogo com três volantes (Cuéllar, Piris e Arão), mas deu certo. Abriu mão do maior investimento do Flamengo no ano, mas não passou sustos, e o time ainda “marcou” o terceiro, em jogada que começou com Everton Ribeiro e passou por Bruno Henrique, antes de Gabigol concluir para o gol. Seria o desfecho perfeito, mas a arbitragem errou e anulou o lance legal, alegando impedimento do estrante.
Fica a sensação de que as coisas estão caminhando certo, mas também a certeza de que ainda há muito a evoluir.
Globo Esporte