Se a primeira impressão é a que fica, a torcida do Flamengo pode ter os melhores sonhos com Bruno Henrique. Dois dias após ser apresentado, o camisa 27, que entrara no intervalo, precisou de apenas 45 minutos para virar o clássico diante do Botafogo, neste sábado, no Nilton Santos, por 2 a 1. Uma pena que pouco mais de cinco mil torcedores viram o primeiro clássico de 2019 no Rio.
— Estrear com dois gols vai ficar marcado para o resto da minha vida. Fico feliz com a primeira impressão que deixei — comemorou o artilheiro da tarde.
Do lado alvinegro, o tom era de que há o que evoluir:
— A gente precisa melhorar algumas coisas. Na minha opinião fizemos um grande jogo, mas este é o caminho — analisou Kieza.
A entrada do veloz e habilidoso atacante deu outra cara ao time. O ex-jogador do Santos, que custou R$ 23 milhões aos cofres rubro-negros, se movimentou bastante, buscou o jogo, sofreu e fez faltas, deu muito trabalho à zaga adversária e foi premiado, ou melhor, recompensado, com dois gols.
Enquanto o time de Abel Braga chegou à segunda vitória em três jogos no Carioca, do lado alvinegro fica a lamentação por ainda não ter vencido em 2019. E soma apenas um ponto.
Desde o início, como o esperado, era o Flamengo que tomava as iniciativas ofensivas, sem, no entanto, traduzir em gols tal superioridade. Logo no início, Pará cruzou, Rodrigo Caio cabeçou, próximo à marca do pênalti, mas sem dificuldade para Gatito. Por vezes, algumas delas pela esquerda, o time de Abel Braga até invadia a área, mas pecava no último passe ou nas finalizações. Parecia um repeteco do que se viu em alguns jogos de 2018, quando o técnico não estava no clube.
Qualquer erro poderia ser fatal. Aos 14, Jean titubeou na saída de bola, foi desarmado por Cuéllar na intermediária e o passe foi para Uribe. O atacante rolou na área para Vitinho, que chutou para fora, desperdiçando ótima chance.
O volante, entretanto, se redimiu nove minutos depois. Jean chutou de fora da área, João Paulo desviou e estufou as redes rubro-negras, enganando Diego Alves. Era o primeiro chute a gol da equipe dirigida por Zé Ricardo.
O meia Diego, que aparecia bem para o jogo, levou perigo a Gatito aos 25, e o chute passou perto da trave.
Apesar do susto com a finalização do camisa 10 do rubro-negro, como não poderia deixar de ser, o gol animou o alvinegro, que voltou a assustar em chute de muito longe de Alex Santana, aos 31. O goleiro rubro-negro espalmou para o lado direito.
Na volta do intervalo, a novidade no Flamengo foi a entrada do estreante Bruno Henrique no lugar de Vitinho.
Botafogo carimba a trave
A etapa final começou mais movimentada e foi o Botafogo que iniciou melhor. Kieza acertou a trave, aos três, e Erik, que havia feito a assistência para o companheiro de ataque, dois minutos depois, fez Diego Alves voltar a trabalhar.
Passados esses dois sustos, não demorou muito para o Flamengo retomar as rédeas da partida. Novamente com mais posse de bola, o time só não empatou aos 17 minutos porque Jean chegou antes de Bruno Henrique, na pequena área. Porém, na cobrança do escanteio por de Éverton Ribeiro, o camisa 27 mostrou que tem estrela, empatando, de cabeça a partida.
Aos 21, Abel Braga substituiu Uribe por Gabigol.
Mas a tarde era de Bruno Henrique, que já havia levado perigo aos 22, em um chute que saiu por cima. E o gol da virada também veio pela esquerda. Renê cruzou, Éverton Ribeiro foi desarmado na área e o estreante artilheiro não perdoou, pegando de primeira, de pé direito, no ângulo de Gatito.
Mais um gol bonito demais pra virada! Que estreia! Confere aí pela câmera exclusiva! #BOTxFLA #CRFpic.twitter.com/a1RhJLSvgG— Flamengo (@Flamengo) 26 de janeiro de 2019
Daí até o final, o Botafogo parecia esgotado fisicamente e não ter forças para tentar, ao menos o empate. Melhor para o rubro-negro.
O Globo