Dois tempos com características completamente diferentes, mas um Flamengo inofensivo igual em ambos. Fosse por conta da marcação forte no meio-campo nos primeiros 45 minutos ou pela intensidade ofensiva na etapa final, a Chape encaixotou o Rubro-Negro e esteve mais próxima da vitória na partida de ida das oitavas de final da Copa Sul-Americana na Arena Condá.
A diferença técnica evidente no papel não entrou em campo na noite de quarta-feira, muito graças a um meio de campo, principalmente na figura de Diego, que não conseguiu encontrar alternativas para o ataque. O jogo de volta está marcado para a próxima quarta-feira, dia 20, na Ilha do Urubu.
Guerrero, com cinco finalizações, se esforçou como de costume, mas os quatro chutes fora do alvo evidenciam o desempenho abaixo da média. Com o “time da Copa do Brasil”, exceção de Diego Alves – que soltou bola perigosa e por pouco não repetiu Thiago na partida contra o Cruzeiro -, o Flamengo teve noite para esquecer propondo o jogo ou explorando os espaços para contragolpe.
Para não dizer que tudo foi ruim, a bola aérea ofensiva funcionou e Lucas Paqueta entrou bem, obrigando boas intervenções de Jandrei.
O que deu certo?
Arão bem nos avanços
– Como já tinha acontecido na Copa do Brasil, William Arão foi a válvula de escape do time para o ataque. No primeiro tempo, o volante teve pulmão para ajudar na saída de bola e chegar ao ataque com jogadas de ultrapassagem, fosse com Rodinei ou Berrío. Na etapa final, deu velocidade na ligação entre defesa e ataque para tentar explorar os espaços dados pela Chapecoense, mas apareceu menos fora da área. Precisa mais do auxílio de Diego.
Pará segura Apodi
– Mesmo improvisado mais uma vez por Rueda – e sem lateral-esquerdo na reserva, já que Trauco terminou cortado da lista do jogo -, Pará cumpriu bem seu papel pelo lado esquerdo da defesa. O setor é um dos mais fortes da Chapecoense, com Apodi e Wellington Paulista, mas poucas jogadas foram criadas por ali. Tanto que Emerson Cris canalizou as forças no outro lado, com Penilla para cima de Rodinei.
O que não funcionou?
Diego erra oito passes
– Diego mais uma vez não fez o que dele se espera. Caçado pela Chapecoense no primeiro tempo, praticamente não trabalhou no campo ofensivo e não conseguiu dar velocidade nas vezes em que voltou para auxiliar a saída de bola. O aproveitamento de 77{cf06184211ecbb120ae965cbd53b0cebe372eac85785f1ddbb4e41b41438fd51} nos passes (melhor apenas do que Berrío) ajuda a comprovar a má atuação – foram oito passes errados. No segundo tempo, apesar de a Chape dar mais espaços, pouco foi visto além das jogadas de bola parada. Deixou o campo para entrada de Everton Ribeiro visivelmente decepcionado.
Saída de bola ruim
– O Flamengo teve dificuldade evidente na saída de bola no primeiro tempo. Cuéllar poucas vezes conseguiu fazer com que a bola chegasse ao setor ofensivo, fazendo com que Arão e Diego recuassem demais. Ainda assim, na maioria das vezes foi necessário apelar para os lançamentos longos de Réver e Juan. As bolas esticadas para Berrío foram repetidas na etapa inicial, mas também não deram certo.
Defesa vulnerável
– A defesa do Flamengo teve dificuldade quando a Chapecoense saiu para o ataque, principalmente após a entrada do veloz Penilla. No mano a mano, o equatoriano levou a melhor na maioria das disputas e criou chances claras. Em uma delas, o vacilo do rebote no gol do Cruzeiro também se repetiu, mas Reinaldo chutou para fora. Em seguida, após boa tabela com Canteros, o equatoriano perdeu chance chutando para fora. Por fim, a Chape também assustou em bolas aéreas.
Fonte: Globo Esporte