O Santos conseguiu virar um jogo que teve um pouco de tudo contra o Flamengo: gol relâmpago, golaço, discussão e até pênalti cancelado pela arbitragem. Mas o triunfo por 4 a 2 nesta partida maluca, na Vila Belmiro, não foi suficiente para o time avançar na Copa do Brasil. Faltou só um gol.
A equipe rubro-negra, que deixou muito torcedor irritado na noite desta quarta-feira, tinha a vantagem de ter vencido o primeiro confronto das quartas de final por 2 a 0. Assim, para ser eliminada teria de perder por 4 a 2.
O adversário na semifinal será o Botafogo, que eliminou o Atlético-MG ao vencer por 3 a 0, no Rio de Janeiro, também nesta quarta. As partidas estão marcados para os dias 16 e 23 de agosto. A outra semifinal será entre Cruzeiro e o vencedor de Atlético-PR e Grêmio.
O Flamengo marcou com os atacantes Berrío e Guerrero. O Santos virou com gols dos atacantes Bruno Henrique e Copete (duas vezes) e do lateral Victor Ferraz.
Um lance que ficou marcado foi o pênalti marcado pelo árbitro Leandro Pedro Vuaden aos 40 minutos do primeiro tempo, após um encontro entre Réver e Bruno Henrique em cima da risca da área flamenguista. Mas o juiz voltou atrás após ser avisado pelo quarto árbitro que o zagueiro rubro-negro atingiu primeiro a bola e somente depois o atacante santista. Penalidade cancelada e vaias na Vila Belmiro.
Retorno
Desde 3 de junho que Ricardo Oliveira não atuava pelo Santos. O atacante substituiu Kayke, que apresentou um edema na coxa esquerda e foi cortado do jogo.
Com apenas 17 partidas e quatro jogos até então, Ricardo Oliveira disse antes do duelo que a partida seria um recomeço para ele. Recuperado de uma entorse no tornozelo e uma pneumonia, o jogador coleciona os piores números pelo Santos desde que retornou ao time.
Além disso, já teve um corte na orelha, foi diagnosticado com caxumba e teve problemas físicos. Até aqui 2017 não tem sido fácil para ele. Diante do Flamengo, ele ficou em campo até os 31 minutos do segundo tempo. Não fez gols, mas batalhou bastante.
Retorno 2
Quem também voltou ao time foi Alex Muralha. O goleiro jogou pela última vez em 7 de junho, na derrota por 2 a 0 para o Sport, pelo Brasileiro. Criticado pelas falhas recorrentes naquele momento, foi afastado e ficou treinando, sem falar muito.
O técnico Zé RIcardo explicou antes da partida que escolheu Muralha apostando na confiança do arqueiro. “A gente entendeu que era importante voltar em momento decisivo. Com a experiência dele para ajudar a gente”, disse antes do apito inicial.
1×1
Apesar da pressão na Vila Belmiro, o Flamengo foi responsável pelo primeiro lance perigo, que terminou em gol.
O lance foi aos 9 minutos do primeiro tempo. No limite da risca do meio de campo, o meia Diego deu ótimo lançamento para o atacante Berrío, que avançou boa parte do campo e, ao invadir a área, chutou no lado esquerdo para marcar.
O Santos demorou alguns minutos para se reorganizar na partida. Depois passou a pressionar muito o time rubro-negro. O empate saiu aos 33 minutos da etapa inicial, com um golaço de Bruno Henrique – sem chance de defesa para Muralha.
No lance, Bruno Henrique recebeu a bola na intermediária. Em vez de invadir a área, ele recuou um pouco, fugindo da marcação, e chutou no ângulo direito. Antes de entrar, a bola ainda bateu no travessão. Realmente uma pintura.
Pênalti? Sim? Não!
O Santos pressionava e buscava o gol da vitória. Aos 40 minutos aconteceu o lance mais quente do primeiro tempo.
Bruno Henrique recebeu a bola e, em cima da risca da grande área, caiu após desarme do zagueiro Réver. O árbitro Leandro Pedro Vuaden assinalou pênalti, fazendo a Vila Belmiro se entusiasmar. Mas o quarto árbitro Flavio Rodrigues de Souza chamou o juiz e avisou que o zagueiro tocou primeiro na bola. Vuaden voltou atrás e desmarcou o pênaltis. Os jogadores santistas se revoltaram. O zagueiro David Braz era o mais irritado.
O jogo prosseguiu, mas com a torcida gritando “Vergonha, Vergonha”. Ao final da etapa inicial, os jogadores comentaram o lance.
“Ele marcou o pênalti porque tava um pouco longe, mas o quarto arbitro viu que peguei a bola primeiro. Eles conversaram e mudaram a decisão”, disse Réver.
“Eu peguei na bola. O Réver foi malandro, quando eu ia passar, deu um toquinho. Arbitragem está errando muito, querendo interferir”, reclamou Bruno Henrique.
Virada incrível, e eliminação
O Flamengo fez 2 a 1 logo no primeiro minuto do segundo tempo. O meia Everton recebeu a bola no meio de campo, avançou e entregou para o atacante Guerrero. Na área, o peruano ficou de frente para Vanderlei e finalizou com calma para o fundo do gol.
O Santos não se abateu e empatou aos 8 minutos. Lucas Lima cobrou escanteio na área, o atacante Copete cabeceou no canto esquerdo e Alex Muralha, não conseguiu segurar a bola, que morreu no fundo do gol. O jogo ficou 2 a 2.
Aos 10, a virada. Dentro da área, Bruno Henrique ajeitou a bola para o lateral direito Victor Ferraz, que chutou forte, no lado direito.
A virada santista deixou a partida nervosa. Guerrero tentou catimbar, gastar tempo e acabou se irritando com as faltas cometidas pela defesa santista. Chegou a discutir com David Braz, Lucas Lima e Lucas Veríssimo. Chegou até a ser acalmado pelos companheiros.
Aos 48, o Santos ainda marcou o quarto tento. Novamente Copete. Ele aproveitou uma saída errada de Muralha e marcou de cabeça. Mas o triunfo não deu a vaga ao time santista. Faltou apenas um gol…
Fonte: ESPN