As lágrimas do goleiro Gabriel Batista contrastaram com os gritos de incentivo do torcedor presente na Ilha do Urubu. O abatimento de Gilmar Popoca deu lugar a um professor orgulhoso na saída de campo. Mesmo derrotado pelo Atlético-MG nos pênaltis após um 0 a 0 no tempo regulamentar e com o amargo gosto de um vice-campeonato da Copa do Brasil sub-20, o Flamengo ganhou motivos para acreditar numa sequência de trabalho com objetivo de gerar frutos ao time profissional.
Popoca não escondeu a tristeza após a última das três defesas de Cleiton nas penalidades. Porém, valorizou o trabalho com o sub-20 na competição. O segundo lugar veio de forma invicta – cinco vitórias e quatro empates -, o que tornou o discurso positivo.
– A gente tem os dois sentimentos (frustração e alegria). É um trabalho muito legal que está sendo feito há muito tempo, a resposta tem sido boa. Estamos formando esses meninos para num futuro vestirem a camisa do Flamengo em alto nível no profissional. Mas é lógico que estamos tristes, até mesmo um pouco decepcionados, por terminar uma competição de forma invicta e perder nos pênaltis. Fizemos um grande jogo, assim como em Minas, tivemos do outro lado um adversário fortíssimo e merecedor. Serviu de aprendizado para todos esses garotos.
O som dos quase sete mil torcedores na Ilha do Urubu, nova casa rubro-negra, foi destacado por Gilmar Popoca. E a pergunta das arquibancadas direcionada ao treinador parecia ensaiada: quais jogadores estão preparados para o desafio entre os profissionais?
– Nós temos grandes jogadores, meninos de muito talento. É um trabalho progressivo. Mas é lógico, o Jean (Lucas) é um jogador talentosíssimo, Hugo, que ficou fora, Theo, que jogou como volante. O próprio Gabriel (Batista) que demonstra uma maturidade muito grande como goleiro, tanto que já é o quarto jogador entre os profissionais, já treinando com eles. São muitos jogadores interessantes, temos que ter a paciência, o clube principal está recheado de jogadores. Tenho certeza que saberão usá-los na hora certa.
Destaques da Copa do Brasil sub-20:
Jean Lucas
Volante de 18 anos – completa 19 na quinta-feira -, é o organizador de um meio-campo carente de criação. Com papel defensivo definido, Jean Lucas participa da armação de jogadas e tem, como característica, a chegada à área. Chama atenção pelo estilo mais clássico (até mesmo pela camisa para dentro do calção), sempre de cabeça em pé e com qualidade no passe.
Gabriel Batista
O goleiro vem evoluindo na base do Flamengo. Fez boa Copa do Brasil sub-20, foi decisivo nas finais e ainda pegou um pênalti na disputa que deu o título ao Atlético-MG. Pode ter sido o último jogo pela categoria. Aos 19 anos, já está treinando entre os profissionais do Flamengo. É o quarto goleiro de Zé Ricardo.
Kléber
Xodó da torcida que acompanha os jogos da base, Klebinho, como é carinhosamente chamado, é o lateral-direito que gosta de apoiar. Com velocidade, o jogador de 18 anos tem o jogo físico como característica e apresenta qualidade na bola parada. Na final, anulou o forte lado esquerdo do Galo.
Fonte: Globo Esporte