O processo de concessão do Maracanã está longe de chegar ao fim. Após a empresa francesa Lagardère aparecer como favorita para assumir o estádio no lugar da Odebrecht, a companhia recuou e desistiu do negócio. Com isso, o governo estadual do Rio de Janeiro deve fazer uma nova licitação para saber quem será o “dono” do Maior do Mundo. Em entrevista ao SporTV, o presidente da empresa no Brasil, Aymeric Magne, explicou o motivo dessa decisão e da polêmica envolvendo o Flamengo e a empresa.
Desde que a Odebrecht anunciou que não deseja mais administrar o estádio, a diretoria do Flamengo deixou claro que o clube não atuaria lá se a Lagardère passasse a gerir o local. O empresário francês diz desconhecer o real motivo da posição do Fla. E garantiu que esse “racha” com o clube da Gávea não pesou na decisão de abandonar o negócio.
– O presidente Bandeira disse que não jogaria no Maracanã. Ele é presidente e ele que decide a estratégia do clube, mas não influenciou no processo que foi feito. Sempre demos carinho para o clube. Se os dirigentes não querem jogar por causa da Lagardère eu não sei qual é a razão fundamental disso. Eles não querem falar, é um direito deles, eu respeito. (A razão de não querer jogar) você pode perguntar para o Eduardo Bandeira.
Um dos pontos mais abordados pelo presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, é que o estádio não se sustentaria sem o clube atuando nele. Aymeric garantiu que, se a Lagardère assumisse o Maracanã, ele poderia sobreviver sem o Rubro-negro, mas que seria melhor com ele.
– O Maracanã é viável sem o Flamengo e muito mais viável com o Flamengo.
A Lagardère chegou a se aproximar de administrar o Maracanã, quando, em março deste ano, ficou perto de anunciar a compra dos direitos da Odebrecht. No entanto, após o governo do Estado adiar sua decisão sofre o futuro do estádio, os franceses desistiram. Questionado sobre o motivo, Aymeric garantiu que a empresa sentiu insegurança para realizar o investimento.
– Andou bem, mas infelizmente não deu certo no final. Não deu certo porque o Maracanã é uma concessão que envolve uma empresa privada que é a Odebrecht, (envolve o governo). O Maracanã é um investimento, que não é pequeno, e precisa de estabilidade para o investidor. Vimos bastante instabilidade nas decisões e no poder concedente sobre esse assunto. Falou que estava estudando todas as opções. Quando está num processo de potencial compra e quando tem uma instabilidade forte da pessoa pública, fora todos os elementos que são complicadíssimos dentro de uma compra, você coloca o pé atrás. (…) Antes falava só da compra e depois falou sobre outras opções. Tivemos insegurança.
Fonte: Globo Esporte