A reforma que está sendo realizada pelo Flamengo na Arena da Ilha não deve servir somente para colocar o estádio como uma alternativa para jogos pontuais do clube. Como a empresa francesa Lagardère está próxima de ser confirmada como a nova administradora do Maracanã, o vice-presidente de patrimônio do Rubro-Negro, Alexandre Wrobel, afirmou que a nova casa do time carioca será fundamental para o clube no Campeonato Brasileiro e também para os próximos três anos – tempo de duração do contrato firmado com a Portuguesa da Ilha do Governador. Em entrevista ao “Redação SporTV”, o dirigente garantiu que o clube não tem outra alternativa, neste momento, para mandar as suas partidas.
– Na verdade, hoje nós não temos o Maracanã. Ele ainda é uma grande incógnita. A postura do Flamengo já foi colocada por diversas vezes na mídia. Nós continuamos aguardando a definição por parte do governo do estado. Ou seja, nesse sentido, a Arena da Ilha passa a ser fundamental. Ela é o nosso estádio e será o nosso estádio no Campeonato Brasileiro, salvo se ocorrer alguma mudança de rumo ou alguma definição com relação ao Maracanã e a nossa postura em relação a isso já está muito clara – afirmou, durante o “Redação SporTV” desta quinta-feira.
A escolha por priorizar o estádio na Ilha do Governador passa pela concessão da administração Maracanã à empresa Lagardère, que deve anunciar seu plano de gestão em breve. A relação da diretoria do Rubro-negro com a empresa francesa não é boa, e o presidente Eduardo Bandeira de Mello chegou a definir seus representantes como “atravessadores” e “aventureiros”.
Um dos grandes problemas envolvendo a relação entre Flamengo e Lagardère passava pela BWA, sócia da empresa francesa, outra a sofrer rejeição por parte da diretoria do Flamengo. No entanto, a proposta apresentada em janeiro deste ano para a compra da concessão do estádio não envolvia a parceira. Apesar disso, ao ser questionado sobre a possibilidade de negociar com a Lagardère após a saída da BWA, Wrobel foi incisivo e declarou que qualquer tipo de acordo entre as partes é inviável.
– Sem entrar em maiores detalhes, o Flamengo já fez algumas tratativas envolvendo a Lagardère e todas elas mostraram que não é um parceiro confiável, não é um parceiro que o Flamengo busca e efetivamente não comunga dos mesmos princípios que o Flamengo adota. Na nossa concepção, pelo histórico, por tudo que a gente já passou em termos de tratativas de negociação e de conversas, é inviável qualquer tipo de parceria com a Lagardère ou com a BWA, quem quer que seja nesse sentido. Não existe um único motivo, existe uma conjuntura de fatores que nos levaram a essa decisão. Logicamente, não foi à toa, não é uma decisão gratuita, tem um histórico que começou lá atrás com a BWA e se acentuou com as últimas tratativas que ocorreram com a Lagardère – declarou.
Wrobel também explicou uma obra para o desvio de uma tubulação de águas pluviais próxima das arquibancadas da Arena da Ilha, que estaria atrasando a sua inauguração.
– Mais ou menos no final de fevereiro, em uma das vistorias periódicas realizadas no estádio, até porque havia a necessidade da recolocação de quatro torres de iluminação, nós acabamos constatando a existência de um canal pluvial, de captação de água de chuva. E aí, nesse exato momento, nós entramos em contato com os técnicos responsáveis e decidimos por bem, junto à Rio-Águas, que é o órgão responsável, fazer o remanejamento desse canal para que ele passe a caminhar atrás da arquibancada. Obra que está sendo realizada desde então e está em vias de ser finalizada. A nossa expectativa é que nos próximos 15 dias essa obra seja concluída e que o estádio passe por todas as vistorias – inclusive o Crea já nos procurou, já está marcada uma visita. O Flamengo não tem absolutamente nada a esconder, está absolutamente ciente da sua responsabilidade e tem agido assim desde então – disse o dirigente.
Fonte: Sportv