Correndo o risco de ser mal interpretado e chamado de precipitado, no mínimo, estamos diante de uma promessa de fenômeno. Com 16 anos, prêmio de artilheiro e melhor jogador do Sul-Americano conquistado pelo Brasil no Chile, Vinícius Jr. parece estar anos-luz adiante dos demais parceiros da idade, incluindo aí os muitos excelentes jogadores prometidos nesta safra brasileira. Fisicamente, o atacante do Flamengo já poderia ser confundido com jogadores mais velhos, dado seu porte. Tecnicamente, tem fundamentos que independem de enfrentar meninos da mesma idade; é patrimônio dele bater bem na bola, concluir com frieza e dominar a bola como se tivesse nascido abraçado a uma. Emocionalmente, demonstrou no torneio uma enorme capacidade de concentração. Oscilou pouco dentro dos jogos ou de uma partida para outra. Então, Vinícius Jr. tem todos os quesitos prévios para ser considerado, se não se arrepender, um futuro fenômeno.
Aí é que entra Tite.
O ataque da seleção brasileira já tem Gabriel Jesus e Neymar. Douglas Costa, Philippe Coutinho e William são coadjuvantes de primeira qualidade. É neste contexto que está surgindo Vinícius Jr. Logo, ele não é imprescindível, em princípio. O que pode ser feito – e o colunista considera que deve ser feito – é um projeto com o atacante já para a Copa de 2018. Sei que ele sequer foi testado entre os profissionais do Flamengo e nem foi convocado para a seleção sub-20 ainda. A amostragem é relativamente pequena, verdade. Porém, se alguém pode conduzir um processo de amadurecimento precoce do jogador em nome do seu talento, este alguém é Tite. Colocá-lo a treinar com os profissionais da seleção, preparar em conjunto com o Flamengo um plano de reforço muscular, treinar fundamentos específicos, tudo vale ser pensado e cogitado para Vinícius Jr. Falta mais de um ano para a Copa, Barcelona e Real Madrid puseram gente a observá-lo, o garoto já deu entrevista sensata dizendo querer jogar no profissional do Flamengo. É caso de exceção, e como tal merece ser tratado.
Fonte: Globo Esporte