William Arão teve mais uma vitória sobre o Botafogo na Justiça. Na manhã terça-feira, em julgamento no TRT-RJ, o Tribunal negou provimento ao recurso do clube carioca e confirmou a sentença de primeiro grau. O jogador, que treina no Ninho do Urubu, não compareceu à audiência. O Alvinegro promete recorrer ao Superior Tribunal do Trabalho, em Brasília.
– Vamos a Brasília. A discussão do caso não termina no Tribunal do Rio de Janeiro e, sim, no TST – disse Wagner Barroso, um dos advogados que representa o Botafogo no caso
Não há prazo para que o recurso seja julgado em Brasília. Anteriormente, Arão havia obtido duas vitórias na Justiça: em dezembro de 2015, recebeu tutela antecipada que o permitiu se desligar do Alvinegro até o julgamento e deixou o caminho livre para se transferir para o Rubro-Negro. E em março do ano passado, viu a juíza da 27ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro considerar nula a cláusula de renovação automática que havia em seu contrato em General Severiano.
O contrato de Arão com o Botafogo previa renovação automática por mais um ano, em caso de depósito de R$ 400 mil. Nesse caso, a multa do jogador passaria a valer R$ 20 milhões. Em novembro de 2015, o clube chegou a depositar duas vezes o valor para acionar o dispositivo de renovação automática, mas ambos foram devolvidos por Arão, que já desejava se transferir para o Flamengo. A Justiça tornou sem efeito a cláusula por entender que o contrato fere a nova resolução da Fifa que proíbe investidores de ter direitos econômicos de atletas.
Na visão da juíza da 27ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, o próprio volante foi considerado seu “investidor” e dono de parte do montante econômico na renovação. O Botafogo discorda da interpretação e por isso leva o caso adiante, mas o departamento jurídico acredita que o processo pode durar meses ou anos para uma definição devido ao ineditismo da matéria.
Em agosto do ano passado, após audiência de conciliação, o Flamengo sinalizou com uma oferta informal para tentar encerrar o caso. Além do empréstimo gratuito de Adryan, o Rubro-Negro acenou com R$ 3 milhões pelo aluguel de dez jogos no Estádio Nilton Santos. O Botafogo não topou. O Flamengo nega ter feito a oferta.
O “caso Arão” azedou o clima entre os clubes, pois a diretoria do Botafogo acusou o Flamengo de ter assediado o jogador. Por isso, o Alvinegro se recusa a conversar sobre outros assuntos com o rival enquanto não receber uma indenização que julga ter direito.
Fonte: Globo Esporte