O Maracanã em poder dos clubes tem se mostrado mais econômico. Ao menos até agora, nas três partidas operadas por Flamengo, duas, e Fluminense, uma, os dados mostram um custo cerca de 30{cf06184211ecbb120ae965cbd53b0cebe372eac85785f1ddbb4e41b41438fd51} menor do que quando o estádio era administrado pela Odebrecht.
Quem comemora, além dos clubes, é a CSM, uma das concorrentes numa futura licitação (se houver). A pedido de Fla e Flu, a empresa realizou um trabalho de busca de melhores preços para serviços como limpeza, segurança, rádios transmissores, carrinhos elétricos, fornecimento de energia via gerador, entre outros. Ao todo, os clubes conseguiram reduzir o valor de 15 itens. A média de custo operacional do estádio girava em torno de R$ 600 mil com a Odebrecht e caiu para cerca de R$ 414 mil nestas três partidas.
A empresa, explicam os clubes, fez a busca pelos fornecedores e as rodadas de negociação, mas as estratégias foram definidas por Flamengo e Fluminense. Em 2013, a ESPN fez matéria mostrando que alguns fornecedores do Maracanã privado pertenciam a políticos e a membros da Federação do Rio. O custo da segurança, realizada pela Sunset, era um dos mais altos do mercado. A empresa, que pertence a um coronel da Polícia Militar do Rio e que foi o chefe da segurança do governador que licitou o Maracanã, Sérgio Cabral, o coronel Felipe, foi mantida pelos clubes, mas diminuiu o valor cobrado se adequando à realidade do mercado.
Uma outra empresa, Entreter, que era ligada a um vereador do Rio, o Tio Carlos, foi substituída. Já a empresa que domina o serviços de aluguel de grades para os jogos no Rio, A Equiloc, que pertence ao diretor de competições da Federação de Futebol do Rio, Marcelo Viana, foi mantida. Ela atendeu às exigências de custo da operação. Cobrou o menor valor do mercado, afirmam.
Empresa de neto de Odebrecht foi mantida
Apenas um fornecedor não pôde ser trocado, o da alimentação, fornecida pela empresa do neto do fundador da empresa que construiu o Maracanã, a Odebrecht. A Food Team foi criada no mesmo mês que foram abertos os envelopes da licitação do estádio, em maio de 2013. Pertence a Emílio Odebrecht Peltier de Queiroz e também ganhou a exploração da alimentação na Olimpíada do Rio, apresentando diversos problemas na operação dos Jogos, como falta de comida e de pessoal. A notícia foi revelada por este Blog. O pedido para manter a Food Team foi feito pela Odebrecht.
*Nota do Blog: após a publicação, a FERJ enviou o seguinte nota: “A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro reitera, como em diversas outras oportunidades, que o Diretor de Competições da entidade, Sr. Marcelo Vianna, não é proprietário da empresa Equiloc.”
A informação, no entanto, está comprovada por documentos que mostram que o diretor de competições é sócio de negócios da pessoa que consta como dono da referida empresa, em contrato social. E por testemunhos gravados que afirmam que eles são parceiros na empresa citada nas reportagens.
Fonte: Espn