O Flamengo jogou um futebol sem graça, e não soube aproveitar a fragilidade e a covardia do Boavista, que permaneceu os pouco mais de 90 minutos na defesa. Uma prova da tragédia rubro-negra: na única vez que chegou na frente, tomou o gol. Logo, não seria absurdo afirmar que o empate de 1 a 1, em Mesquita, na estreia de ambos na primeira rodada foi um justo.
A torcida tratou de eleger Wallace como o culpado pelo péssimo resultado, mas todos, incluindo Muricy Ramalho, foram responsáveis pelo fiasco. Pois é difícil afirmar o que há de pior no Flamengo de 2016.
Os times começaram em ritmo lento. O forte calor da Baixada era sem dúvida uma boa desculpa para tal. A diferença é que apresentavam posturas distintas. O verde, efetivamente recuado, sem arriscar sequer contra-ataques, e o da Gávea, até por isso, buscando o jogo ofensivo, embora tenha demorado 25 minutos para ameaçar, numa conclusão de Guerrero, que Vinícius rebateu. Aos 29, o peruano recebeu bom passe de William Arão, tirou Vítor do lance e acertou o ângulo esquerdo: 1 a 0. Aos 39, Marcelo Cirino invadiu a área e chutou forte, para defesa do goleiro.
O Boavista voltou para a etapa final com duas mudanças. Mas continuou atrás. O Flamengo tinha o controle total e a posse da bola, mas na prática não criava nada de interessante. O Rubro-Negro trocava passes sem objetividade. Uma preguiça medonha. E o Boavista observava. Mas como ocorre vez por outra em tais ocasiões, há sempre a possibilidade de uma bola vadia surpreender quem tem a vantagem. Não deu outra. Aos 31, Tiago Silva cruzou, a zaga ficou olhando, e Leandrão meteu a cabeça na pequena área para empatar.
Muricy Ramalho fez substituições que não tiveram efeito algum, deixando a impressão que o segundo tempo da vitória de 2 a 0 sobre o Atlético-MG, quarta passada, foi obra do acaso. Wallace deixou o gramado sem fazer declarações. Guerrero também não fala. Quarta é o Macaé. Outra dessa e a crise começa.
Fonte: Lance