O dia começou agitado na Gávea. Agentes lotados na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) compareceram nas dependências do Flamengo para tratar de assuntos relativos às denúncias feitas pelo jogador Gerson contra o colombiano Índio Ramírez, alegando ter sido alvo de injúria racial.
Em um desentendimento dentro de campo, o atleta do Bahia teria disparado: “cala a boca, negro”. Em contrapartida, Ramírez nega as acusações, dizendo não ser fluente na Língua Portuguesa por estar no Brasil há um mês, dizendo também crer que o jogador rubro-negro teve uma interpretação equivocada.
Os agentes da Polícia Civil do Rio de Janeiro foram recepcionados pelo vice-presidente jurídico do Flamengo, Rodrigo Dunshee. Logo após, ele e Gerson foram até a delegacia para prestar depoimento.
Em vídeo publicado pelas redes sociais do Flamengo, o Coringa – como é carinhosamente chamado pela torcida – disse que a sua denúncia é estendida a todos os negros que sofrem diariamente com crimes de injúria racial, incluindo seus pais e sua filha, além de todos os amigos e demais familiares.
Além de Índio Ramírez, Mano Menezes também foi convocado a prestar depoimento na delegacia. No momento em que Gerson foi confrontar a atitude de seu jogador, o treinador do Bahia disse que ele estava agindo com malandragem, dando pouca importância para a grave denúncia.
Vindo de uma sequência de derrotas, Mano Menezes não suportou a pressão após a polêmica, e acabou sendo demitido.