Após horas de discórdia e discussão, as chapas que vão disputar as eleições do Flamengo, em dezembro, enfim foram inscritas. A questão das cores, no entanto, segue indefinida. Situação e oposição tentam registrar suas respectivas chapas com a cor Azul. A definição deve acontecer na próxima semana. Além dos dois grupos, a Chapa Branca, que tem como candidato Marcelo Vargas, também foi protocolada.
O presidente do conselho, Bernardo Amaral do Amaral, não está no Rio de Janeiro. Por isso, as inscrições foram protocladas, às 19h39 desta sexta, pelo vice-presidente do conselho de admnistração, Marcos Braz, que declarou apoio formal a Rodolfo Landim, nesta quinta-feira.
O estatuto do clube prevê que terá prioridade a chapa que for inscrita primeiro. Neste caso, no entanto, as duas foram inscritas no mesmo horário. Caberá à comissão eleitoral, que deve se reunir na próxima semana, tomar a decisão. Também com posse de um documento referente às regras para a inscrição de chapas, a situação defende a ordem de preferência. (veja abaixo).
A situação protocolou um documento provando que Bruno Barki, assessor da comissão jurídica do Code e do Cofi e integrante da chapa de Ricardo Lomba, chegou ao clube primeiro nesta sexta-feira. A chapa estuda uma resposta interna à oposição.


A situação alega que a comissão eleitoral, em sua grande maioria, é formada por apoiadores declarados de Landim. A comissão é formada por Gil Bernardo, Saul, Mário Dunlop, Emilio Habib, Marco Assef, e tem Eduardo Carreirão e Eduardo Vinicius como assessores.

Ao longo desta sexta-feira, a secretária do Conselho de Administração recebeu uma ordem direta do presidente Eduardo Bandeira para protocolar primeiro a chapa que tivesse chegando antes, no caso, o grupo que apoio Ricardo Lomba. No entanto, quem recebeu os registros das chapas foi Marcos Bráz, que cumpriu o comunicado interno do presidente do conselho, Bernardo Amaral, determinado que as chapas deveriam ser inscritas no mesmo horário. A situação alega que o documento vai contra o estatuto do Flamengo.
A cor azul foi adotada por Eduardo Bandeira nas eleições de 2012 e 2015. No entanto, como vários membros que participaram da fundação do grupo hoje estão na oposição, eles entendem que têm direito a inscrever a chapa com a cor no pleito deste ano.
Dia de muita discórdia na Gávea
O dia foi movimentado na Gávea. Representantes do grupo apoiado por Bandeira e que terá Ricardo Lomba como candidato chegaram ao clube antes de 6h desta sexta. Segundo apoiadores do atual mandatário, uma hora antes do que correligionários de Rodolfo Landim, que usaram a cor verde nas últimas eleições.
No entanto, de acordo com o presidente do Conselho de Administração do Flamengo (CoAd), Bernardo Amaral, as chapas só poderiam ser registradas após a publicação do edital com a relação dos eleitores. Segundo a situação, Bernardo, que é apoiador de Landim, encaminhou um comunicado interno no qual não existe mais a ordem de chegada para a inscrição, algo que tradicionalmente acontece na corrida eleitoral do clube.
A oposição liderada por Rodolfo Landim, Chapa Verde no pleito passado, alega que quer o Azul de volta pelo fato de contar com mais fundadores da “Chapa Flamengo Campeão do Mundo”, vencedora em dezembro de 2012 e registrada como “Chapa Azul”. Internamente, o grupo de Landim admite que até aceita não ser azul com uma condição: a situação também não pode ser. Ou seja, o verde de 2015 que foi azul em 2012 quer ser azul, mas aceita não ser azul se o azul não for azul.
Vale destacar que hoje rivais, os dois principais grupos que buscam a presidência eram um só há seis anos. No início de 2015, houve o racha. E figuras importantes como Luiz Eduardo Baptista, Wallim Vasconcellos, Gustavo Oliveira e o próprio Landim resolveram formar um novo grupo.
Fora da polêmica, a Chapa Branca, que tem como candidato Marcelo Vargas, pede que os demais grupos abram mão da cor azul.
Globo Esporte