Anderson Varejão já disse repetidas vezes que um dos motivos para sua volta ao Brasil depois de 16 anos entre Europa e NBA foi muito por conta do ídolo e amigo Marcelinho Machado. O veterano faz sua última temporada no basquete, e o ex-jogador do Golden State Warriors e do Cleveland Cavaliers queria fazer parte desse momento.
Mas se engana quem pensa que a amizade blinda o pivô de ser zoado pelo camisa 4 do Flamengo. Na verdade, por serem amigos, adoram trocar zoações. Nesta sexta-feira, os dois estiveram juntos em um dos eventos da semana que antecede o Jogo das Estrelas do Novo Basquete Brasil – domingo no Ibirapuera – e não faltou brincadeira.
Em clima descontraído, eles deram uma coletiva em São Paulo ao lado de Leandrinho, do Franca, e do jovem Yago, um dos principais jogadores do Paulistano na temporada, e sobrou para Varejão. Ao falar sobre o retorno do pivô ao Brasil, Marcelinho aproveitou para zoar a cabeleira do camisa 17:
– Olha, preciso falar: a volta do Varejão movimentou o mercado de perucas – disse o número 4 do Rubro-Negro, levando os presentes às gargalhadas.
Varejão, de 35 anos, não deixou barato e brincou com a idade de Marcelinho. O camisa do Flamengo tem 42 anos, e Yago, do Paulistano, sentado ao lado deles, tem apenas 19. Anderson deu o troco no “vovô”:
– Eu tenho idade para ser pai dele (Yago), você tem idade para ser avô – brincou.
Mas o tom entre os dois medalhões não foi só de zoação. Marcelinho ficou emocionado ao ouvir do amigo que a sua volta tem a ver com a despedida dele das quadras:
– Saí muito novo e queria sentir o torcedor brasileiro, mas uma coisa que pesou para mim foi o Marcelinho. Ele sempre foi o líder da nossa geração, é um cara que admiro muito por tudo que fez. Ele pesou nessa minha decisão de Flamengo, queria fazer parte do último momento dele. Mexeu comigo. Queria fazer parte desse momento especial para o basquete – comentou Varejão.
Marcelinho Machado se disse honrado com o comentário:
– Fico feliz com esse reconhecimento. Ano passado estava nessa coletiva. Quem diria que eu estaria no meio dessas duas feras? Dois caras que representam tanto para o basquete brasileiro. Ouvir isso da boca do Anderson é incrível. Eu vi ele crescer como pessoa, como atleta. Eu lembro de um jogo em Franca que você estava fora do ônibus, me pediu para descer do ônibus e tirar foto com sua irmã. Essas coisas que vão ficar para sempre, durante anos, quando terminarmos – falou.
Os quatro jogadores falaram também sobre a importância das ações sociais do NBB. Leandrinho, por exemplo, voltou às raízes ao visitar uma escola e ter contato com cerca de 400 crianças em Itaquera. Por conta de uma lesão na perna direita, o atleta do Franca está fora do Jogo das Estrelas, mas vem participando de todos os eventos durante a semana e é um dos jogadores mais requisitados pelo público e pela imprensa.
– Infelizmente não vou poder participar do jogo e do Torneio de Habilidades. E é infelizmente mesmo. Dói na pele. Eu já venho participando de longe há muitos anos e nunca pude estar presente. Seria minha oportunidade. Mas querendo ou não estou aqui vivendo tudo que está acontecendo. A ação social ontem foi muito bacana. A gente lá fora faz muito esse tipo de coisa e é importante aqui. É importante para a criançada, para o pessoal da periferia. Essas coisinhas me fazem ter vontade de jogar – opinou Leandrinho.
Varejão falou ainda sobre a rivalidade entre brasileiros, que defenderão o Time NBB Brasil, e estrangeiros, que jogarão pelo Time NBB Mundo. O jogo será no domingo a partir de 12h30 (de Brasília) e terá transmissão no SporTV e Tempo Real no GloboEsporte.com. Os desafios de Habilidades, Torneio de 3 Pontos e Enterradas serão antes, das 10h às 11h30, com transmissão ao vivo no Esporte Espetacular:
– Existe uma rivalidade, sadia e na bola. Eles vão jogar para ganhar. E a gente também, defendendo o Brasil. A gente sabe que é um momento especial para o basquete brasileiro. Leandrinho e Marcelinho falaram das ações sociais, isso é importante, devolver para a sociedade, ter esse contato físico. Isso é muito importante para a garotada. A rivalidade vai sempre existir. Sabemos que dentro de quadra não é o momento de ninguém se machucar, é de muita brincadeira, mas todo mundo vai jogar para ganhar. Que dê Brasil, mas o que vale mesmo é a festa – concluiu.
Globo Esporte