Concretizada na semana passada, a contratação de Anderson Varejão foi conduzida por Alexandre Póvoa e Marcelo Vido. Os dois, que estão no Flamengo desde o início da gestão Eduardo Bandeira de Mello, trabalharam incansavelmente para que a negociação tivesse um final feliz e obtiveram êxito em uma empreitada considerada difícil em todos os sentidos. Este acerto só comprova a credibilidade de ambos no mercado nacional e internacional.
Vice-Presidente de Esportes Olímpicos do clube, ex-jogador da modalidade e torcedor, Póvoa é um dos maiores responsáveis pela reestruturação do basquete. Entusiasta do modelo autossustentável, contribuiu, de forma direta, para que o rubro-negro atingisse o patamar atual. Sua competência é bastante comentada/elogiada na Gávea. Justiça seja feita, há merecimento.
Após a coletiva de apresentação, no Salão Nobre, Alexandre concedeu uma entrevista exclusiva ao GRN, que você confere na íntegra a seguir através de tópicos.
Felicidade pela aquisição e os prós no cenário do esporte

“Estou muito feliz, ainda mais como rubro-negro. O Anderson é um reforço que, dentro de quadra, não se discute. É um jogador de altíssimo nível, que ficou doze anos na NBA e é titular da seleção brasileira. E, ao mesmo tempo, é um cara que traz muita possibilidade de alavancar o basquete do Flamengo fora. O basquete do Flamengo já puxa o basquete nacional, mas deveria puxar mais. O esporte tem que reassumir o segundo lugar do Brasil. E, com o Anderson vindo, existe uma possibilidade grande da gente conseguir isso.”
Bastidores do negócio
“O primeiro contato com o Anderson foi no meio da temporada passada, em julho ou agosto, por aí. Ele tinha interesse em conversar, mas estava com a cabeça focada na NBA. Continuamos conversando e montamos um time sem ele. Lá em novembro, ele nos ligou e disse que poderia estar vindo. Então, a coisa foi se estreitando a partir do momento em que ocorreu o deadline da inscrição do NBB. Nos últimos dias, houve muita troca de proposta e o Anderson sempre demonstrou que defender o Flamengo era um interesse dele, até pela raiz flamenguista. Fiquei muito feliz de ver a credibilidade do nosso trabalho. Fechamos a contratação no domingo à noite. No fim de semana, acertamos uma coisa aqui, outra lá, e ficamos de ver a questão da inscrição. Já estávamos com a logística pronta. Na segunda de manhã, contactamos a CBB e a Federação Carioca. Foi rápido. A FIBA deu o ok na terça à noite e, a LNB, quarta de manhã. Tivemos um certo medo de não dar tempo, mas ocorreu tudo bem.”
Crescimento do time e como Varejão vai se encaixar
“O time vem crescendo muito nos últimos tempos. Não fizemos uma boa Liga Sul-Americana e o começo no NBB foi difícil, porém, a equipe está se entrosando com muitas opções táticas diferentes. Jogando não apenas da forma tradicional, mas com três baixos e o Marquinhos de ala-pivô. Agora, teremos a oportunidade de jogar com dois pivôs. O JP Batista está em um ano espetacular e pode atuar junto com o Anderson. O José Neto ganha muito com isso e, se Deus quiser, vamos vencer esse NBB, para, na próxima temporada, voltarmos a conquistar títulos internacionais.”
‘Marca Anderson Varejão’ e até que ponto o clube vai explorar internamente e externamente
“No impacto externo, temos que capitalizar o carisma dele para expandir. Seja na Arena ou fora, na venda de produtos… Enfim, usar a imagem. Interno, vai ser um marco. O Flamengo é muito forte no futebol. É claro que a gente tentou crescer no basquete, mas o contrato do Anderson não é pequeno. Nos obriga a buscar outras receitas que não sejam as tradicionais. O Varejão vai nos ajudar bastante nesse sentido. Queremos que as pessoas passem a olhar o esporte olímpico, no caso o basquete, como algo mais profissional e intenso. Vai ser um divisor de águas. Teremos vinte meses de contrato e vamos buscar isso, não importa quem seja o próximo presidente do Flamengo. Ter uma figura como o Anderson é algo importantíssimo.”